quarta-feira, 12 de julho de 2023

A imaginação celta

 


A imaginação celta

Os celtas sabiam que ao lado do mundo comum havia um reino mágico cheio de possibilidades no qual qualquer um que conhecesse o caminho certo poderia entrar. Eles o chamavam de Outro Mundo.

O Outro Mundo Celta é o mundo da imaginação, do sonho e do transe, onde as regras usuais não se aplicam. Às vezes é retratado como um lugar abençoado e feliz, onde não há tempo nem sofrimento, apenas beleza, boa música e deleite. Às vezes, aparece como um reino mais sombrio e ambíguo, mas nunca como um inferno terrível ou um lugar de retribuição eterna. Você pode tropeçar nele por acaso, ou ser atraído, muitas vezes por uma mulher do Outromundo. Apenas lembre-se de nunca fazer amor com um ser do Outromundo ou comer sua comida, pois você pode ficar preso lá.

Os tesouros da imaginação celta podem ser encontrados espalhados pela arte, literatura e folclore. Muitas das espirais, trísceles (motivos de três pernas) e animais fantásticos que vemos com tanta frequência na decoração celta tiveram origem nos evangelhos iluminados feitos por monges nos séculos VII e VIII dC.

O Mabinogion é uma coleção de contos galeses escritos na Idade Média que pertencem a uma tradição oral muito mais antiga. Ele contém muito material fascinante sobre os deuses pré-cristãos e tem intrigantes versões iniciais das lendas arturianas.

Da Irlanda vem uma rica veia de poesia e contos, como The Voyage of Bran, que nos leva a um outro mundo de ilhas encantadas onde “os cavalos-marinhos brilham”, e o Cattle Raid of Cooley, que conta a batalha épica entre dois touros.

As tradições orais foram mantidas vivas por folcloristas como Alexander Carmichael que, em sua antologia Carmina Gadelica, coletou antigas canções e contos escoceses antes que se perdessem para sempre.

Fonte: trechos de “Celtic Inspirations” de Lyn Webster Wilde

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