quinta-feira, 31 de maio de 2007

poema do Bocage 2

Rating:★★★★★
Category:Other
Já sobre o coche de ébano estrelado

Já sobre o coche de ébano estrelado

Deu meio giro a Noite escura e feia;

Que profundo silêncio me rodeia

Neste deserto bosque à luz vedado!

Jaz entre a folhas Zéfiro abafado,

O Tejo adormeceu na lisa areia;

Nem o mavioso rouxinol gorgeia,

Nem pia o mocho, às trevas costumado.

Só eu velo, só eu, pedindo à Sorte

Que o fio, com que está minha alma presa

À vil matéria lânguida, me corte.

Consola-me este terror, esta tristeza,

Porque a meus olhos se afigura a Morte

No silêncio total da Natureza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário