terça-feira, 31 de março de 2020

O deus da serpente fértil, guardião da árvore cósmica e companheiro da Deusa Mãe primordial


De todos os animais, a cobra é a única que não tem pelos nem penas, e a ausência de pernas a força a ondular no chão, o local onde os dois mundos do céu e da terra se encontram. Mas, acima de tudo, ele gosta de se refugiar nas camadas mais profundas do mundo inferior, das quais conhece todos os segredos. A cobra era nos tempos antigos um símbolo muito poderoso. Ele era o símbolo mais comum da deusa. A cobra representa regeneração devido ao fato de que nem sempre pode renovar sua pele. A serpente foi, portanto, considerada o equivalente da Terra à Lua. Ambos podem renovar sua pele ou forma. A cobra é um símbolo de nascimento, morte e renascimento. Um belo símbolo disso é a imagem da cobra mordendo a cauda (Ouroboros).


A energia vital da sexualidade


Primeiramente, os grandes deuses cósmicos sempre foram representados por cobras ou mesmo uma "serpente gêmea". Os caldeus tinham a mesma palavra para a serpente e também para a vida. Entre a cobra e a mulher, existe um elo muito forte através da parábola da renovação da pele e da renovação do útero através da menstruação. Em outras culturas, a cobra simboliza o cordão umbilical, conectando todos os humanos à Mãe Terra.

 A Grande Deusa, portanto, muitas vezes tem cobras como animais de estimação, como na Creta minóica, e também foram reverenciados como guardiões dos mistérios do nascimento e regeneração. Nas religiões abraâmicas, a serpente representa o desejo sexual. Segundo a tradição rabínica, no Jardim do Éden, a cobra representa paixão sexual. No hinduísmo, a Kundalini é a deusa serpentina enrolada, ela é o "poder residual do desejo puro", a Shakti, a energia feminina da deusa mãe, que quando sai do sacro e alcança o cume do crânio, é um prelúdio para a libertação das reencarnações, o Moksha.

Leia Matriarcado Pré-Ariano no Hinduísmo: Krishna-Cristo vs. Indra, Matador da Serpente da Deusa.



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