terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Podcast No29 – Arthur, o Rei | Escriba Cafe

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O Rei Artur ,Lenda ou verdade , não sabemos ao certo porém, ainda aspiramos aos ideais arturianos, de justiça, paz e amor , num mundo tão conturbado e cheio de corrupção e desesperança. A lenda diz que Artur não morreu na batalha, mas, que foi cuidado por Morgana de seus ferimentos e dorme numa caverna, esperando o momento em que precisem dele...


Transcrição;

Existe uma lenda que conta que um mago de nome Merlin, arranjou o encontro de Uther Pendragon e da duquesa da Cornualha Igraine. Esse encontro resultou na gravidez de Igraine que deu a luz a um filho que recebeu o nome de Arthur.

Arthur se tornara rei ainda com 15 anos de idade depois de receber a espada Caliburn, que é conhecida hoje como Excalibur, que foi a espada sagrada da ilha de Avalon, e que fora entregue è ele sob juramento de defender Avalon e fazer reinar a justiça, a paz e a igualdade no mundo.

O então Rei Arthur expulsou os invasores saxões e dominou boa parte da Europa. Contudo fora traído, criando uma nova divisão de reinos em guerra até que fora faltamente ferido. Os leais companheiros de Arthur, que hoje, lenda sobre lenda, são conhecidos como os cavaleiros da távola redonda, carregaram o rei ferido até a ilha de Avalon, onde ele fora recebido pela feiticeira Morgana.

Conta-se que Morgana tratou dos ferimentos de Arthur, e até hoje ele permanece na misteriosa ilha de Avalon, aguardando o momento oportuno para sua volta, onde fazerá com que a paz e a justiça volte a reinar novamente no mundo.
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Essa lenda e várias outras variações dela são conhecidas por muitas pessoas no mundo. Mas de onde surgiram essas lendas? Existiu um rei que, com seus atos grandiosos, acabou sendo fruto de lendas exageradas em sua reverência?
Essa versão da lenda em especial, é provavelmente a lenda original. Ela foi escrita no livro Historia Regum Britanniae (História dos reis da britânia) publicado no ano de 1136. É considerado uma das mais importantes obras medievais, e seu autor, um professor de Oxford de nome Geoffrey of Monmouth, afirmou ter usado, como fonte, um outro livro muito mais antigo em idioma bretão.

Contudo, historicamente falando, são muito escassos os indícios de quem foi Arthur.
O que se soube é que aparentemente, Arthur viveu por volta do século V d.C. Outros fatos aceitos pelos historiadores é o de que a família de Arthur pertenceu à uma linhagem aristocrata Celta, ligada fortemente aos romanos e que fora enterrado em local desconhecido.
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No século XII, chegou aos ouvidos do Rei Henrique II que Arthur estaria enterrado nos arredores da Abadia de Glastonbury, o rei imediatamente comunicou o fato ao abade, Mas nunca houve uma busca pelo mesmo até que a abadia fora parcialmente destruída por um incêndio.

No processo de reconstrução da abadia, foi ordenada uma busca pelo túmulo de Arthur. Ao cavarem cerca de 2 metros, os monges descobriram uma lápide onde abaixo encontraram uma cruz de chumbo com as inscrições: Hic iacet sepultus inclitus rex arturius in insula avalonia, que quer dizer: “Aqui jaz enterrado o célebre rei Arthur na ilha de Avalon”. Mais abaixo, dentro de uma espécie de caixão talhado em um tronco oco, encontraram as ossadas de um homem alto cujo crânio mostrava uma enorme fratura, indicando que fora morto por um golpe na cabeça. Ao lado havia uma outra ossada menor com cabelos dourados, que foi concluído pertencer à Guinevere, a bela esposa de Arthur.
Os ossos foram novamente sepultados em novas esquifes e ali permaneceram em paz por quase mais um século.
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Em 1278, por ordem e olhar do Rei Eduardo I, os ossos foram novamente desenterrados. Um homem chamado Adam de Domerham – que fora testemunha ocular neste dia - registrou em textos esse momento. Ele escreveu:
“Lorde Eduardo (…) com sua consorte, Lady Eleanor, vieram a Glastonbury (…) para celebrar a Páscoa”
“Na terça-feira seguinte (…) ao entardecer, o senhor rei ordenou que abrissem o túmulo do rei Arthur. Dentro dele havia dois ataúdes pintados com suas figuras e brasões; foram encontrados separadamente os ossos do rei, os quais eram enormes, e os da rainha Guinevere, que conservam maravilhosa beleza”.
“No dia seguinte o rei recolocou os ossos do rei e da rainha, cada qual em seu esquife, após ordenar que os envolvessem em sedas preciosas. Quando foram selados os ataúdes, ordenou que fossem colocados diante de um majestoso altar, para que o povo os venerasse”.

Parecia que finalmente os restos mortais de Arthur e Guinevere, permaneceriam em paz e com todas suas honras dando a oportunidade de comprovação e esclarecimento históricos futuros. Mas não foi o que aconteceu.

No ano de 1539, soldados do rei Henrique VIII invadiram a abadia. Depois de matar o abade, saquear e destruir, eles partiram levando uma cruz que sinalizava o local da tumba original de Arthur, assim como seus restos mortais e os de Guinevere.
As ossadas passaram então por vários locais diferentes até que desapareceram.
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Depois de vários séculos, várias descobertas dão alguma luz, por vezes duvidosas e sujeitas à fraude, do paradeiro das provas materiais da existência de Arthur e sua esposa, a Rainha Guinevere. Mais ainda sobre a famosa cruz de chumbo com as inscrições que foi descoberta sobre seu túmulo.

Um exemplo disso é o caso de uma cruz com inscrições, que se diz ser a mesma encontrada em Glastonbury, foi encontrada no leito de um lago próximo a Maidens nas terras de Forty Hall durante uma drenagem feita ali em 1981. Um trabalhador chamado Derek Mahoney, levou a cruz para o Museu Britânico e deixou o serviço de estudantes fotografá-la mas se negou a deixá-la ali para um exame mais profundo. Mesmo sendo condenado à prisão por “desprezo”, ele não entregou a cruz, e acabou por cometer suicídio, levando para o túmulo seu segredo. A cruz nunca mais foi encontrada e não se sabe se fora uma fraude ou não.

Um caso parecido ocorreu no Séc. XIX, onde indícios mostravam que uma cruz com as mesmas características fora leiloada na Inglaterra, mas jamais fora encontrado qualquer prova ou registro da cruz nesse leilão.

Outra especulação que causa mais furor ainda, é a de que os restos mortais desenterrados no século XII também foram frutos de uma fraude apoiada pelo Rei Henrique II, que para acalmar a resistência gaulesa, quis mostrar que o rei Arthur estava certamente morto e não iria retornar de Avalon para reestabelecer a causa celta.
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Gosto de imaginar que o Arthur foi um desses homens com uma causa, um coração e uma coragem, que ergueu sua espada contra os opressores e morreu por isso. Mas não em vão. Trouxe um pequeno facho de luz de justiça, paz e igualdade para terra. E mesmo que por pouco tempo a humanidade pôde vislumbrar a possibilidade de um mundo melhor. Gosto de ver Arthur como um dentre poucos que, de geração a geração, passam pela terra e mostram que o mal pode ser combatido e que a morte é somente o início de sua própria lenda

O Rei Arthur continua então em seu lugar entre a lenda e o fato. É bom demais para ser verdade e verdade demais para ser bom. Contudo, muitos historiadores continuam incessantemente a busca por algo que traga respostas para as inúmeras perguntas e dúvidas sobre o filho de Igraine e protegido de Merlin, o defensor de Avalon e o grande soldado romano que trouxe de volta a honra aos celtas: o Rei Arthur.

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