domingo, 4 de outubro de 2009

O Paganismo através da Europa_Portugal

As 'janeiras', uma tradição pagã que sobre-vive nos tempos modernos

Artigo sobre as janeiras, uma tradição pagã portuguesa que sobre-vive nos tempos modernos. Os dicionários definem normalmente as Janeiras como “Cantigas de boas-festas por ocasião do Ano Novo”. Estão relacionadas com o Janeiro, assim chamado em honra do deus Jano (janua = entrada), que era o porteiro celestial. Invocavam-no para para afastar das casas os espíritos funestos, também em Janeiro, começo do novo ano. Em sua honra aproveitariam os romanos para se saudarem uns aos outros e daí a origem das janeiras.

http://chuza.org/historia/as-janeiras-uma-tradicao-paga-que-sobre-vive-nos-tempos-modernos/?orixe=rss

As Festas Juninas, uma das mais tradicionais manifestações da cultura popular no Brasil, são de origem europeia e foram trazidas para o país pelos Portugueses. Fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de Verão.

http://embaixada-portugal-brasil.blogspot.com/2009/06/festas-juninas-tradicao-europeia.html


Ritos de Subversão na tradição portuguesa

"A face do caos: ritos de subversão na tradição portuguesa" foi o tema da conferência de Aurélio Lopes, professor da Escola Superior de Educação de Santarém, no Fórum de Ideias Socialismo 2008. O orador analisou o carácter subversivo, exótico e pagão das personagens mascaradas que durante todo o ciclo natalício povoam as tradições do nordeste transmontano. Apesar de o cristianismo as diabolizar, elas saem à rua como um escape inevitável em "sociedades especialmente conservadoras e disciplinadas".  

Texto de Aurélio Lopes:

O modelo entrópico da temporalidade arcaica confere à existência, uma necessidade de recriação ritual, condição única para uma indispensável regeneração do tempo e da vida.

Inspirando-se no crescimento e decrescimento do domínio diurno do sol e no apogeu e declínio lunar, paradigmas de uma degeneração cíclica, ou ainda na sazonalidade vegetativa, feita de nascimento, crescimento, maturação e morte, sempre as concepções cosmogónicas do Homem foram entendidas como modelo da recriação periódica do cosmos.

Mudança que exige uma imersão cíclica no caos, no limbo primevo! Condição purificadora indispensável para um novo começo. Começo gerado, em sentido estrito, a partir do nada absoluto! A anulação ritual, cíclica e radical, gera assim um novo mundo e uma nova existência, numa dimensão perpétua do devir.

Mas a perfeição do começo exige a destruição do velho. A transmutação exige a dissolução das formas existentes, por imersão no caos social e cultural. Orgias e subversões, saturnais e bacanais, destruições da ordem e desregramentos sociais. Em qualquer dos casos, tanto no plano cósmico, como vegetal ou humano, trata-se de um retorno à unidade primordial.

Destruição inevitável que é também irreversível! Destruição que não admite reparação, que não permite qualquer tipo de reconstituição mas, só e apenas, uma efectiva e completa recriação! Um novo mundo torna-se possível apenas através de um regresso às origens, aos primórdios, que o mito consagra e o rito permite.

Em termos sociais tais práticas constituem, nas sociedades tradicionais, como que ritualizadas válvulas de escape, atenuadoras das tensões anualmente acumuladas. Particularmente importantes em sociedade especialmente conservadoras e disciplinadas.

As personagens mascaradas que durante todo o ciclo natalício impregnam de irreverência e exotismo as tradições do nordeste transmontano, constituem uma das mais arreigadas persistências pagãs ligadas a este complexo simbólico de transição, subversivo e fecundante. As máscaras de que muitos são portadores simbolizam a transmutação, realçada pelo próprio travestismo de que dão mostra e pelas atitudes de desacato e irreverência de que dão prova.

As acções destas insólitas personagens desenvolviam-se entre nós em tempos idos por todo o nordeste durante o período anual em que se celebra a morte do Sol e da natureza, de que o ciclo natalício herdou atributos. Gritos, alaridos, roubos rituais, invasão de propriedades, combates simulados, atitudes licenciosas, seduções de moçoilas, constituem paradigmas de comportamentos subversivos.

O período ante-quaresmal do "Intrudo" congregou, como não podia deixar de ser, grande parte destas práticas de transversão e transgressão. Mascarados, "ensaiados", "farapões" e "caretos", proliferavam em tempos idos um pouco por toda a parte. Em Pudence, concelho de Bragança, bem como nas áreas territoriais dos concelhos de Lamego e Tarouca, por exemplo, os mesmos chegaram até aos nossos dias, mantendo singulares caracteres tradicionais.

Do ciclo solsticial do inverno podem-se configurar dois modelos de alguma forma distintos, ambos nordestinos: os "velhos" e "velhas", "carochos" e "farandulos" que por terras de Miranda, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta dominam, são personagens bizarras e terríficas, portadoras de máscaras demoníacas e adoptando nos gestos obscenos, nos gritos dilacerantes e na tradicional agressividade, o estereotipo mítico do caos, pai da desordem e da inversão.

Já nos concelhos de Bragança e Vinhais proliferam grupos de mascarados envergando fatos similares, multicores, com grande capuzes, máscaras de lata ou madeira, chocalhos a tiracolo e que azucrinam no período do Natal as pessoas, gritando, saltando, roubando e criticando asperamente os desvios locais de comportamento. São as "festas (ditas) dos rapazes", também chamadas "dos caretos" e nalguns casos apenas, e significativamente, "festas de Natal".

De comum têm as atitudes subversivas e irreverências várias como roubos e assédios às raparigas, as barulheiras que provocam e invasões de propriedades que desencadeiam bem, ainda, como as máscaras de que todos são portadores. A temporalidade natalícia, ainda hoje persistente, bem como a participação exclusiva dos homens, principalmente dos rapazes casadoiros, constitui igualmente vertente que os assemelha.

Grosso modo, as personificações que o cristianismo tornou diabólicas, exprimem-se especialmente nas máscaras fecundantes e demoníacas e nas atitudes de desordem que todos partilham. São os "diabos" que não pisam o terreno sagrado da Igreja nem frequentam a missa enquanto mascarados.

O seu território é o domínio do caos; orgiástico, excessivo e desordeiro!

http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=8160&Itemid=64


Dia da espiga

O Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte.

As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.

O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

A simbologia por detrás das plantas que formam o ramo de espiga:

  • Espiga – pão;
  • Malmequer – ouro e prata;
  • Papoila – amor e vida;
  • Oliveira – azeite e paz;
  • Videira – vinho e alegria e
  • Alecrim – saúde e força.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_da_espiga


Maias (folclore)

Maias penduradas na Câmara Municipal de Vouzela

A Festa das Maias celebra-se em algumas regiões de Portugal no dia 1 de Maio. As portas das casas ou as grelhas dos automóveis são enfeitadas com ramos de giesta amarela ou com coroas de flores chamadas maiamaio. ou



Costume

Era costume as crianças irem de casa em casa a cantar e a pedir. Em alguns lugares elas vestiam-se de maias floridas, isto é, enfeitavam-se com giestas.

Já no Algarve fazia-se uma boneca de centeio ou trapos que vestia-se de branco e rodeava-se de flores. Outro costume era vestir uma criança de maia. Toda de branco e coberta de flores, a criança ficava num tapete enquanto várias crianças cantavam e dançavam à volta dela.

Maio-moço

O maio-moço era um rapaz que vestia-se de maio. Ele andava com a roupa enfeitada de giestas, e trazia na cabeça giestas que formavam uma pirâmide. O maio-moço saía pelas ruas com crianças a cantarem e a dançarem à volta dele. Andava também pelos campos a esconjurar os maus espíritos para proteger as famílias e as colheitas.

O meu maio moço
ele lá vem
vestido de verde
que parece bem.




http://pt.wikipedia.org/wiki/Maias_%28folclore%29







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