sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Roda do Ano por Starhawk

Nascimento, crescimento, morte, renascimento; a roda que gira  é um círculo, assim como o ano é uma viagem circular que fazemos em volta do Sol.
Começo da escuridão do ano, quando há um hiato no tempo, um momento que o véu é tênue e aqueles que partiram antes de nós e aqueles que virão depois  de nós  não estão separados de nós. Nesse momento fértil, quando presente, passado e futuro se encontram, a criança do ano é concebida. O que é concebido  são as possibilidades, pois a criança não está ainda formada.
Dizemos que o céu noturno é o ventre da Deusa, pois ele é escuro como o útero que nos contém, e dentro dele bilhões de estrelas vivas  são pontos de luz, como os  espíritos  dos mortos nadando no caldeirão escuro do ventre, em direção ao renascimento. Dizemos que no Solstício de  Inverno a Grande Mãe  dá luz  o sol. Mas o que realmente nasce? Não o sol físico, a flamejante  bola de gás. É o espírito do sol que nasce do espírito da noite, é a criança da promessa que desperta dentro de nós, lembrando-nos que podemos ser mais do que somos. E, quando o ano cresce, a criança ainda não formada começa a criar uma personalidade, a crescer na forma e na configuração que o ano apresenta, a perguntar-nos pelas promessas que o ano exige.
o que existe em potencial começa a criar raízes, brotando, dando folhas e frutos. O espírito do sol penetra as sementes da primavera.Invoque a filha semeadora do sol, pois ela crescerá e amadurecerá e dará á luz a si própria. Invoque o filho semeador do sol, pois ele surgurá e e se derramará e cairá novamente. Ou invoque a semente a criança do Equilíbrio, pois nela todos os opostos se encontram. Escuridão e luz, fogo e água, terra e ar, dia e noite, são necessários para o seu crescimento.
Onde há equilíbrio, existem igualdade  e diferença e, destas, nasce o desejo. O desejo surge forte e firme como o pau-de-fita da festa da primavera, e o desejo rodopia, dança, em uma arco-íris de cores como fitas  balouçantes, e o desejo faísca e emite calor que oscila como as chamas do caldeirão. E, quando nos entregarmos às marés altas da vida, elas nos carregam na crista a onda; a criança  amadurece; o potencial se realiza; a semente brota e do seu tronco surgem frutos, que devem cair.
a Roda gira. Dizemos que o Solstício de Verão é o tempo da distribuição do Sol. Chame o  sol de  Nossa Mãe, pois Ela nos alimenta com seu próprio corpo. Chame o  Sol de deus que se entrega, pois ele se consome para gerar calor e luz. Invoque o tempo do Sol.
Aquilo que sobe deve cair para derramar sua semente. O que amadurece deve cair sobre a terra e apodrecer. Portanto, o Sol torna-se viajante, aquele que desce, aquele que conhece o outro lado e, dessa maneira nos conduz a um novo equilíbrio à época da colheita, quando, para vivermos, devemos nos transformar nos ceifeiros da vida. Chame a colheita de filho do sol, pelas sementes que se espalharam sobre a terra.
Desça junto como as sementes que penetram no chão. Entre no outro mundo, no mundo dos sonhos, o espírito do mundo. Chame o espírito do sol de seu navio e navegue os oceanos que  são imunes á luz do sol e da lua, libertos do tempo. Na distância, algo brilha,é um ponto de luz; é uma ilha solitária onde o presente, o passado e o futuro se encontram. Transporte consigo as cargas do passado até que você alcance o ponto principal da espiral, onde a morte e a vida  são uma só coisa, onde o que foi consumado pode ser renovado e todas as possibilidades  são apressadas para uma nova vida ao lado daquilo que já se foi. O Ciclo termina e  começa novamente e a Roda do Ano gira, continuamente.







2 comentários:

  1. Feliz fim de semana minha querida doce e linda amiga
    Um Mundão de beijos no teu coração

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  2. obrigada minha leal amiga...Aqui chove bastante e faz frio, não obstante estarmos já na primavera...Beijos...

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