quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O clichê do clichê

A sete chaves, de mão beijada, efeito dominó, fazer das tripas coração, fugir da raia, poder de fogo, voltar à estaca zero e tantas outras.

Quem inventou essas expressões teve uma grande sacada. Elas são pura poesia em forma de prosa. Cristalizam em poucas palavras idéias centrais de nossa cultura. Quem nunca guardou um segredo a sete chaves? Ou tentou fugir da raia?

Quem as copiou, logo depois, não fez mais do que o óbvio e ululante (ui! clichê). Como não copiá-las? Elas são geniais. Ou melhor... eram.

Porque hoje, coitadas, não passam de clichês. Pois é: chavão, lugar-comum, estereótipo. De tão usadas, por tanta gente e nas mais diferentes ocasiões, se gastaram.

Resultado: sim, em geral, elas devem ser banidas de todo texto que se quer competente. E belo, sedutor, original. Não tem pra onde correr (ui! outro).

O mais engraçado é que, na vida real (ui! mais outro), a gente pode usar clichês à vontade (ui, ui, ui!). Basta recheá-los com sentimentos verdadeiros.

 

http://www.algosobre.com.br/cultura/o-cliche-do-cliche.html

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