quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Um resumo da História de Portugal

 



PORTUGAL - delimitado a Norte e a Leste pelo reino de Espanha e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico. O território de Portugal compreende ainda as regiões autônomas dos Açores e da Madeira, situados no hemisfério norte do Oceano Atlântico.
O atual território português foi originalmente habitado por populações ibéricas do paleolítico, que produziram as gravuras rupestres do Vale do Côa. O território a sul do Douro até o Algarve era conhecido como Lusitânia e veio a constituir a maior parte da província romana com o mesmo nome. Os suevos fundaram o reino de Portu-Cale, cuja capital era Braga, englobando a Galiza e estendendo-se até ao Tejo. Os Visigodos conquistaram este reino em 580. Mais tarde invadido pelos Mouros, o condado de Portugal ou Condado Portucalense veio a ser estabelecido depois da conquista do Porto por Vímara Peres, em 868, como parcela da monarquia ásture-leonesa.
Portugal constituiu-se como reino independente com D. Afonso I. Durante seu reinado foram conquistados os territórios de Santarém, Lisboa e Évora aos Muçulmanos. Terminada a Reconquista do território português em 1249, a independência do novo reino viria a ser posta em causa várias vezes por Castela, na seqüência da crise de sucessão de D. Fernando I, que culminou na batalha de Aljubarrota, em 1385. Com o fim da guerra, Portugal deu início ao processo de exploração e expansão conhecido por Descobrimentos.
O cabo Bojador foi dobrado por Gil Eanes em 1434. A exploração da costa africana prosseguiu até que Bartolomeu Dias, já em 1488, comprovou a comunicação entre os oceanos Atlântico e Índico dobrando o cabo da Boa Esperança. Em rápida sucessão, descobriram-se rotas e terras na América do Norte, na América do Sul, e no Oriente, na sua maioria durante o reinado de D. Manuel I, o Venturoso. Foi a expansão no Oriente, sobretudo graças às conquistas de Afonso de Albuquerque, que concentrou quase todos os esforços dos portugueses durante o século XVI. Foi no seu reinado que se atingiram o Japão e, provavelmente, a Austrália.
O desastre militar da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, na qual faleceram ou desapareceram o rei D. Sebastião e boa parte da nobreza portuguesa deu origem a uma nova crise de sucessão, em 1580, a qual resultou, desta vez, na subida ao trono português de Filipe II de Espanha. Somente em 1640 seria restaurada a independência sob D. João IV, da casa de Bragança.
O final do século XVII e a primeira metade do século XVIII assistiram ao florescimento da exploração mineira do Brasil, onde se descobriram ouro e pedras preciosas que fizeram de D. João V um dos monarcas mais opulentos da Europa. O desenvolvimento econômico do reino baseou-se, no entanto, nas suas colônias e no comércio com a Inglaterra, apesar dos esforços do Marquês de Pombal, ministro de D. José entre 1750 e 1777, para inverter a situação. Foi neste reinado que um tremor de terra devastou Lisboa e o Algarve, a 1º de Novembro de 1755.
Por não quebrar a aliança com a Inglaterra e recusar-se a aderir ao Bloqueio Continental, Portugal foi invadido pelos exércitos napoleônicos em 1807. A Corte e a família real portuguesa refugiaram-se no Brasil, e a capital deslocou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceria até 1821, quando D. João VI, desde 1816 rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, regressou a Lisboa para jurar a primeira Constituição. No ano seguinte, o seu filho D. Pedro foi proclamado imperador do Brasil independente.
Portugal viveu, no restante século XIX, períodos de enorme perturbação política e social (a guerra civil e repetidas revoltas e pronunciamentos militares, como a Revolução de Setembro, a Maria da Fonte, a Patuleia, etc.) e só com o Ato Adicional à Carta, de 1852, foi possível estabilizar a crise política. No final do século XIX, as ambições coloniais portuguesas chocaram-se com as inglesas, o que está na origem do Ultimato de 1890. O cumprimento das exigências britânicas e os crescentes problemas econômicos lançaram a monarquia num descrédito crescente, e D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe foram assassinados em 1 de Fevereiro de 1908. A República foi instaurada pouco depois, em 5 de Outubro de 1910, e o jovem rei D. Manuel II partiu para o exílio na Inglaterra.
Após vários anos de instabilidade política, com lutas de trabalhadores, tumultos, levantamentos, homicídios políticos e crises financeiras (problemas que a participação na I Guerra Mundial contribuiu para aprofundar), o Exército tomou o Poder, em 1926. O regime militar nomeou ministro das Finanças António de Oliveira Salazar, professor da Universidade de Coimbra, que pouco depois foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros (1932). Ao mesmo tempo em que restaurou as finanças, instituiu o Estado Novo, regime corporativo, tradicionalista e autoritário, com afinidades bem marcadas com o fascismo pelo menos até 1945. Em 1968, afastado do poder por doença, sucedeu-lhe Marcelo Caetano.
A recusa do regime em descolonizar as Províncias Ultramarinas resultou no início da guerra colonial, primeiro em Angola (1961) e em seguida na Guiné (1963) e em Moçambique (1964). Apesar das críticas de alguns dos mais antigos oficiais do Exército, entre os quais o general António de Spínola, o governo parecia determinado em continuar esta política. Com o seu livro Portugal e o Futuro, em que defendia a insustentabilidade de uma solução militar nas guerras do Ultramar, Spínola seria destituído, o que agravou o crescente mal-estar entre os jovens oficiais do Exército, os quais, no dia 25 Abril de 1974 desencadearam um golpe de estado.
Desde 1975, o panorama político português tem sido dominado por dois partidos: o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD). Estes partidos têm dividido as tarefas de governar e administrar a maioria das autarquias praticamente desde a instauração da democracia. No entanto, partidos como o Partido Comunista Português (PCP), que detém ainda a presidência de autarquias e uma grande influência junto do movimento sindical ou o Partido Popular (CDS-PP) (que já governou o país em coligação com o PS e com o PSD) são também importantes no xadrez político. Para além destes, têm assento no Parlamento o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), o Partido Popular Monárquico e o Movimento o Partido da Terra.
Na atualidade, Portugal é um dos membros da União Européia (aderiu à CEE em 1986) e é um dos 12 membros que integram a Zona Euro.



 

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