quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Lua e a Mitologia

 Lua na Mitologia e sua relação com o Homem 

A Lua na mitologia e em muitas religiões representa a força feminina que reflete a força masculina do sol. Na mitologia romana ela é Diana; na Grega, Afrodite; na Egípcia ela é Isis (filha do céu e da Terra), e faz parte da poderosa trindade Osíris, Isis e Horo. A lenda de Isis e Osíris que remonta a Plutarco - séc. I d.C.- diz que Set com inveja do irmão Osíris, assassina-o. O corpo é despedaçado e as partes espalhadas. Isis consegue reunir os pedaços e insufla vida nova ao cadáver. Só não encontrou o falo do marido, mas consegue restaurá-lo com limo e saliva. Horo é concebido e cresce escondido por causa da hostilidade de Set. Auset (Ísis) é o princípio feminino da natureza, e recebe todas as formas de geração, e, por esta razão, é chamado por Platão de a enfermeira gentil e a receptora - total. (Moustafa Gadalla in Cosmologia Egípcia).

Na Babilônia, a deusa Lua é responsável pela ordem cósmica. O sol e a Lua nasceram juntos do corpo da deusa mãe Tiamat. Ainda na Babilônia, é a fragilidade da Lua que é preciso cuidar. Pois a Lua, que cresce, mingua, desaparece por três dias para reaparecer, um magro e frágil crescente semelhante a um corno, oferece-nos um tempo concreto, um tempo vivo, um tempo que aprendemos de uma vez, intuitivamente. A Lua é, pois, senhora do tempo, do vir a ser e do destino (Verdet in O Céu, mistério, magia e mito) .

Entre os povos primitivos brasileiros, a Lua recebe o nome de Jaci (mãe dos vegetais). A Lua, entre os nossos índios, era o lugar destinado à morada e descanso eterno das almas dos seus finados, e eclipse desse astro, um sinal de indignação das mesmas almas causado por algum crime cometido por eles (Pereira da Costa, Folk- Lore Pernambucano). A Lua recebia nomes diferentes conforme a sua fase: A Lua nova é Catiti e a cheia Cairé. Parecendo, como pensava Couto de Magalhães (1975), que os índios consideravam cada fase da Lua como um astro distinto. O que não resta dúvida é que eram distintos os atributos, e particulares as saudações que lhe dirigiam ao seu aparecimento no espaço, sob essa ou aquela forma. Em reverência a esse culto traziam os índios e outros povos, pendentes do pescoço, entre outros objetos ornamentais, o seu jaci, isto é, um semicírculo de osso alvíssimo e polido representando a Lua sobre essa forma. Esse semicírculo também é usado por muitos povos como um amuleto que dá proteção. Na mitologia Hindu, a Lua é tida como fonte de inspiração e princípio de vida, sendo conhecida sob o nome de Soma – que é, também, o nome de uma planta usada nos sacrifícios. O líquido obtido dessa planta é o "néctar dourado, a bebida dos deuses, a preciosa ambrósia que simboliza a imortalidade". Os mitos representam Soma (que possui atributos masculinos) de várias maneiras: ora é um gigante das águas, ora, um embrião, as vezes um rei das plantas ou um touro celeste. Soma tem como esposas, vinte e sete constelações que são filhas de Dakcha, outra personagem importante da legenda hindu. A forma da Lua, durante o crescente, simboliza a taça sagrada por onde deuses bebem a eternidade.

No livro dos Vedas a Lua é considerada a avó do fogo antes de sua masculinização como Soma. A véspera da Lua Cheia é denominada Anumati, ou seja, A Propícia. Quando cheia, toma o nome de Raka, palavra que significa Esplêndida. Os Babilônios e assírios adoravam uma trindade composta pelos deuses Sin -Samas-Istar, o deus da Lua ocupando o primeiro lugar (Sin). Em Ur, era adorada sob o nome de Nannar, um velho de longas barbas azuis e cabeça coberta por um turbante. Sua esposa chamava-se Ningal, a grande Dama. Samas ou Samash (O Sol) e Istar (o planeta Vênus), eram seus filhos. Todas as noites "Nannar" tomava de sua barca e navegava pelo céu estrelado.

Na lenda japonesa a Lua surgiu do olho direito de Izanagi, marido de Izanami "os que convidam", deuses primevos. Esse casal deu origem aos deuses do mar, dos ventos, das arvores, das montanhas e do fogo. Diz-se que o fogo provocou a morte de Izanami, que desceu ao país profundo. Izanami procurou destruir o fogo, mas cada pedaço se transformava em um novo fogo. Resolveu, então, descer ao país profundo em busca da esposa, mas ela não mais poderia regressar ao mundo superior, pois havia provado alimentos do mundo subterrâneo. As coisas se sucedem, então, da mesma forma que encontramos no mito grego de Orfeu, inspirado, certamente, pela lenda do casal japonês (Azevedo, 1962). Na tradição cabalística ela é Lavanah (luz da Lua), responsável pelas marés e associada com a árvore da vida que é chamada Yesod.

 


 

João da Mata Costa - Astrônomo UFRN

 

http://www.meioambiente.ufrn.br/conteudo/eventos/eventos2.php?idEven=460







domingo, 5 de abril de 2009

No puede ser

Rating:★★★★★
Category:Music
Genre: Opera & Vocal
Artist:Placido Domingos
Plácido Domingo: El Concierto de las Mil Columnas

La riqueza histórica, el impresionante despliegue de recursos arquitectónicos prehispánicos y el misticismo que encierran las maravillosas ruinas de Chichén Itzá, han sido por muchos años importantes atractivos que año con año atraen a miles de viajeros provenientes del mundo entero hacia la Península de Yucatán.
El 4 de Octubre de 2008, la magia convertida en música y canto flotou en el aire en este importante centro ceremonial, pues el mundialmente conocido tenor Plácido Domingo ha comparecido a una emocionada multitud durante el espectáculo titulado ''El Concierto de las Mil Columnas''


http://www.cancun-online.com/Editorial/Placido-Domingo-Chichen-Itza/










quinta-feira, 19 de março de 2009

Paganismo

 

Paganismo é um termo referente às diversas formas de religiosidade não judaico-cristãs. O Paganismo abarca uma larga variedade de movimentos religiosos, particularmente aqueles influenciados pelas cultos europeus pré-cristãos. O termo pagão não deve ser associado à praticas satanistas, sendo que a divisão da natureza divina entre Bem e Mal, Deus e Demônios é crença judaico-cristã. O atual Paganismo, denominado neopaganismo, inclui ainda visões mais secularistas e sociedades sob o paradigma do ateísmo ou do agnosticismo. Os movimentos pagãos e neopagãos podem conter crenças que divergem largamente entre si como o politeísmo, o animismo, o panteísmo e outros paradigmas.

Terminologia

Do latim "paganus": literalmente, "homem do campo", "camponês", "aldeão" ou "rústico".

Nos estudos académicos acerca do Paganismo, têm sido discriminados alguns conceitos de referência:

Paleopaganismo

Incluem-se neste conceito as religiões do antigo Egipto, do mundo greco-romano da Antiguidade Clássica, a antiga religião dos celtas (Druidismo), a religião Norse ou mitologia nórdica, Mitraísmo, bem como as religiões das populações Nativo-americanos, como a religião Asteca, etc.

Neopaganismo

Crenças e práticas religiosas de grupos de pessoas que na actualidade pretendem ligar-se à Natureza através da recuperação das antigas religiões pagãs.

Características Culturais

Na Europa há um tronco da religiosidade pagã, com as suas ramificações germânicas e célticas, que se mostra linear quanto a algumas características:

1. A sua raiz paleolítica, dos tempos de grupos nomadas de caçadores-colectores, a principal característica é uma forte ligação à terra, à Natureza, tida como sagrada e viva.

2. A sua origem matriarca, há um sentimento de corresponsabilidade entre todos os membros da comunidade, ligados por laços de parentesco a uma ancestral comum.

3. Esse sentimento de ancestralidade é partilhado também com a Natureza e particularmente com os seres vivos, levando a um fundamental respeito a todas as formas de vida e existência.

4. Por isso, a cultura Pagã tem uma relação mágica com a Natureza, o que inclui a sexualidade.

5. Noção cíclica do tempo, a partir da ciclicidade dos fenómenos naturais (estações do ano, lunação, movimentos do sol, etc), em contraste à noção linear das culturas de matriz abraâmica.

6. O consequente sentimento de profunda responsabilidade e parceria com a Natureza, tornando os humanos corresponsáveis pela continuidade do círculo.

7. O que, por outro lado, também leva a um profundo respeito pelos antepassados, que sacrificaram suas vidas para que a comunidade continue a existir.

8. Desenvolvimento de uma medicina natural, baseada nas qualidades curativas das ervas, e xamânica, baseada no poder fértil da Natureza e na relação mágica com a realidade.

Havendo uma enorme diversidade entre as muitas religiões pagãs no mundo, estas características ilustram apenas as mais significativas ramificações europeias.

Religiosidade

Dos pontos comuns a todas as sociedades da Cultura Pagã, surgem as características das religiões pagãs, ou seja, dos esquemas que dão forma e concretude à espiritualidade pagã. Talvez possamos listar, com pouca margem de erros, as seguintes:

1. Talvez a principal característica da religiosidade pagã seja a radical imanência divina, ou seja, a divindade se encontra na própria Natureza (o que inclui os humanos), manifestando-se através dos seus fenómenos.

2. A ausência da noção de pecado, inferno e mal absoluto. Como a relação com os deuses é sempre pessoal e directa, a ideia de uma afronta à divindade é tratada também pessoalmente, ou seja, entre o cidadão e a Divindade ofendida. Assim, sem noção de pecado, também não há noção de inferno.

3. A sacralidade da Terra também levou à ausência de templos, o que, no entanto, não impede a noção de Sítios Sagrados, em geral bosques, poços ou montanhas. Templos Pagãos são um desenvolvimento muito posterior.

4. A imanência dos deuses e a ideologia da ancestralidade divina, confere à divindade características antropomórficas e as relações tendem a ser estreitadas ao longo da vivência religiosa.

5. O calendário religioso se confunde com o calendário sazonal e agrícola, o que lhe confere um carácter de fertilidade. Portanto, as festividades acontecem nos momentos de mudança e auge de ciclos naturais.

6. Essas relações pessoais humanos/deuses, leva à ausência de dogmatismos ou estruturas religiosas padronizadas, havendo, pois, uma grande liberdade de culto: cada cidadão tem liberdade de cultuar dos Deuses em sua casa, da forma que desejarem. Basicamente, é uma religiosidade doméstica ou de pequenos grupos com laços de sangue ou de compromisso. No entanto, os Grandes Festivais são sempre rituais comunitários, pois comprometem todos os membros da comunidade.

7. A relação mágica com a Natureza obviamente se traduz numa religiosidade mágica.

8. A sacralidade da Natureza torna todas as religiões pagãs em religiões de comunhão, ou seja, que não visam dominar a Natureza, mas harmonizar-se com ela. Por isso, também são religiões intuitivas e emocionais. Em geral, os pagãos valorizam mais a vivência da religiosidade em detrimento das infindáveis discussões metafísicas.

9. O respeito aos ancestrais e o tradicionalismo que isso implica, faz das religiões pagãs uma experiência de continuidade do egrégor ancestral, ou seja, a repetição dos mesmos ritos, na mesma época, cria a união mística com todos aqueles que já celebraram antes. Nesse momento, o tempo é rompido e se estabelece uma relação mágica com ele também: a repetição do rito torna presente o momento primitivo da sua realização e todos aqueles que, ao longo dos séculos, dele tenham participado.

10. A perspectiva cíclica do tempo dá a certeza do eterno retorno. Embora alguns povos tenham desenvolvido a ideia de um "Outro Mundo", a vida pós-morte nunca foi um ideal Pagão, pois isso significaria ficar fora do ciclo e, portanto, da comunidade. Assim, o "Outro Mundo" (para aqueles que desenvolveram essa ideia) será apenas uma passagem entre uma vida e o renascimento. O encontro com a Deidade se dá sempre na comunhão com a Natureza, e não no Outro Mundo.

Obviamente, diferentes povos da Cultura Pagã desenvolveram suas liturgias e costumes religiosos típicos, locais e ancestrais, o que pode aparecer como diferenças entre religiões. No entanto, essas características básicas permanecem, pois são típicas do Paganismo.

Paganismo versus Cristianismo

A partir do século IV, o Cristianismo se tornou religião oficial em Roma. A primeira proibição efectiva dos cultos pagãos foi decretada no Império Romano em 392. Por essa altura, deu-se a última séria tentativa da aristocracia apresentar um pretendente pagão à chefia do Império.[1]

Em 435 as medidas contra o paganismo foram reforçadas com a pena de morte para quem continuasse a fazer rituais pagãos, que envolviam sacrificios humanos e de animais.[2] a. As dificuldades da Igreja ainda cresceram com as invasões bárbaras do século V. A maioria dos invasores eram pagãos, mas verificou-se um ponto de viragem à volta do ano 500, quando os Francos se converteram do paganismo ao cristianismo. Com a conversão dos Lombardos arianos e dos pagãos anglo-saxónicos à volta do ano 680, o cristianismo passou a dominar quase por completo o espaço cultural da Europa ocidental.

Entre os habitantes do campo e nos estratos mais baixos da sociedade, porém, o paganismo continuou de forma mais ou menos mitigada. Os pagãos não se tornaram cristãos do dia para a noite. Os sacerdotes cristãos passaram a cristianizar muitas festas pagãs, dando-lhes um novo sentido. A maioria dos templos Pagãos foram sendo derrubados e no seu lugar erigidas igrejas da nova fé. O que a Igreja não conseguía destruir das antigas práticas religiosas, adaptava, transformando-as em práticas cristãs. No Natal, por exemplo, mantiveram-se ao lado do culto associado ao nascimento de Jesus, as fogueiras e as festas dos caretos (no nordeste transmontano de Portugal), etc.. Nessa época os Romanos festejavam Saturno e o nascimento do deus Mitra - cultuado entre os soldados romanos. Os camponeses começaram a aceitar a religião que falava de Jesus, um homem que havia sido pregado na cruz pelos romanos. Ele lembrava o deus Odin que havia se pendurado em uma árvore para adquirir a sabedoria das Runas. Com o tempo passaram a associar Maria, mãe de Jesus, à Mãe Terra.

Durante um longo período, houve uma fé dupla: acreditavam em Jesus, mas não abandonavam inteiramente as suas crenças e práticas pagãs. Isso foi mais claro nas regiões germânicas onde a influência do cristianismo faz-se sentir nas inscrições em que se nota uma clara mistura das duas crenças quando lemos em uma mesma pedra a invocação de protecção ao deus Thor e, ao mesmo tempo, ao Cristo.

Algumas orações cristãs de gosto popular, apresentam paralelismos em recitações de encantamentos pagãos. Algumas invocavam Jesus e diversos deuses Celtas a um só tempo. Não vamos pensar que tal dominação ocorreu de forma pacífica ou rápida. Na verdade, a Igreja Católica nunca conseguiu extinguir, de fato, as crenças classificadas pagãs.

No final do século XIV, a perseguição aos "hereges" assumiu também a forma de perseguição a cultos e práticas pagãs. Durante quase 400 anos, muitas pessoas morreram acusadas de prática de bruxaria. Muitos dos acusados eram denunciados por médicos, tentando implantar a medicina científica contra os curandeiros e "bruxos" adeptos das medicinas naturais.

Desde finais do século VII e até 1789 - ano da Revolução Francesa - o paganismo esteve praticamente ausente nas altas esferas intelectuais e políticas do mundo ocidental.[3]

Bibliografia

* Jacob Burckhardt - Die Zeit Constanting des Grossen (Del paganismo al cristianismo : la época de Constantino el Grande, trad. Eugenio Imaz, México, Fondo de Cultura Económica, 1945).

* Carlos Alberto Ferreira de Almeida - Paganismo : sua sobrevivência no Ocidente peninsular, separata Memorian António Jorge Dias, 2, Lisboa, 1975.

* J. N. Hillgarth, ed., Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe, Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1986.

* Ward Rutherford, Os Druidas; Editora Mercuryo, 1992.(em inglês)

* Cláudio Crow Quintino; O Livro da Mitologia Celta; Hi-Brasil Editora, 2002.
    * Stephen McNallen; What is Asatru; Ed. Amazon.(em inglês)

Referências

1. J. N. Hillgarth, ed., Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe, Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1986, p. 2; Theodosian Code, XVI, 10, 12 (392), trad. de Pharr, pp. 473-74.

2. Theodosian Code, XVI, 10, 25 (435), trad. de Pharr, p. 476.

3. J. N. Hillgarth, ed., Christianity and Paganism, 350-750: The Conversion of Western Europe, Philadelphia

 

Fonte:Wikipédia em 24 de outubro de 2008.