De todos os
animais, a cobra é a única que não tem pelos nem penas, e a ausência de pernas
a força a ondular no chão, o local onde os dois mundos do céu e da terra se
encontram. Mas, acima de tudo, ele gosta de se refugiar nas camadas mais
profundas do mundo inferior, das quais conhece todos os segredos. A cobra era
nos tempos antigos um símbolo muito poderoso. Ele era o símbolo mais comum da
deusa. A cobra representa regeneração devido ao fato de que nem sempre pode
renovar sua pele. A serpente foi, portanto, considerada o equivalente da Terra
à Lua. Ambos podem renovar sua pele ou forma. A cobra é um símbolo de
nascimento, morte e renascimento. Um belo símbolo disso é a imagem da cobra
mordendo a cauda (Ouroboros).
A energia vital da sexualidade
Primeiramente, os grandes
deuses cósmicos sempre foram representados por cobras ou mesmo uma
"serpente gêmea". Os caldeus tinham a mesma palavra para a serpente e
também para a vida. Entre a cobra e a mulher, existe um elo muito forte através
da parábola da renovação da pele e da renovação do útero através da
menstruação. Em outras culturas, a cobra simboliza o cordão umbilical,
conectando todos os humanos à Mãe Terra.
A Grande Deusa, portanto, muitas vezes tem
cobras como animais de estimação, como na Creta minóica, e também foram
reverenciados como guardiões dos mistérios do nascimento e regeneração. Nas
religiões abraâmicas, a serpente representa o desejo sexual. Segundo a tradição
rabínica, no Jardim do Éden, a cobra representa paixão sexual. No hinduísmo, a
Kundalini é a deusa serpentina enrolada, ela é o "poder residual do desejo
puro", a Shakti, a energia feminina da deusa mãe, que quando sai do sacro
e alcança o cume do crânio, é um prelúdio para a libertação das reencarnações,
o Moksha.
Leia Matriarcado Pré-Ariano
no Hinduísmo: Krishna-Cristo vs. Indra, Matador da Serpente da Deusa.
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