Sou um espírito inquieto e curioso desde a mais tenra idade...Até os cinco anos cresci numa linda aldeia portuguesa com contato estreito com a natureza...os cultivares, os animais e meus pais tendo vindo para o Brasil, me desenvolvi numa cidade grande e mesmo assim esse espírito inquieto nunca me abandonou, tendo estudado Ciências da Natureza na Universidade e dado aulas de ciências por longos anos...BEM-VINDOS... .
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 31 de maio de 2007
O LEDO PASSARINHO, QUE GORGEIA " Bocage
O ledo passarinho, que gorjeia
D'alma exprimindo a cândida ternura,
O rio transparente, que murmura,
E por entre pedrinhas serpenteia:
O Sol, que o céu diáfano passeia,
A Lua, que lhe deve a formosura,
O sorriso da aurora alegre e pura,
A rosa, que entre os zéfiros ondeia;
A serena, amorosa Primavera,
O doce autor das glorias que consigo,
A deusa das paixões, e de Cítera:
Quanto digo, meu bem, quanto não digo,
Tudo em tua presença degenera,
Nada se pode comparar contigo.
poema do Bocage 2
Rating: | ★★★★★ |
Category: | Other |
Já sobre o coche de ébano estrelado
Deu meio giro a Noite escura e feia;
Que profundo silêncio me rodeia
Neste deserto bosque à luz vedado!
Jaz entre a folhas Zéfiro abafado,
O Tejo adormeceu na lisa areia;
Nem o mavioso rouxinol gorgeia,
Nem pia o mocho, às trevas costumado.
Só eu velo, só eu, pedindo à Sorte
Que o fio, com que está minha alma presa
À vil matéria lânguida, me corte.
Consola-me este terror, esta tristeza,
Porque a meus olhos se afigura a Morte
No silêncio total da Natureza.
Soneto do Bocage
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara.