A hora do cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Carlos Drummond de Andrade
bonito!!! bjs
ResponderExcluirMuito lindo
ResponderExcluirObrigada lindaaaaaa :-)
Boa noite
Beijos
Obrigada eu por vossas lindas visitas!!Boa noite de lua cheia! tenham sonhos lindos...
ResponderExcluirTe digo que Drummond não é meu preferido, mas esta poesia é um encanto... e eu estou cansado de tanto escrever e traduzir... tô com ódio do barulho do teclado do computador!
ResponderExcluirBeijos de mais um cansado!
Obrigado ! Mandaram-na pra mim e achei que se aplica a minha vida!!!
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